sábado, 30 de outubro de 2010

 Problemas rondam nossas escolas.

Numa das salas do 1º ano do Ensino médio da Escola Pedra de Carvalho, uma aluna pediu para que eu viabilizasse um copo d’água, pois segunda ela a água da escola estava com mau cheiro. Solicitei que a mesma fosse até a direção e formalizasse a referida reclamação.



A direção imediatamente notificou os alunos para que não tomassem água, pois se constatou que de fato o cheiro estava demudado. Coincidentemente, as alunas são representantes do Grêmio Livre estudantil da referida unidade Escolar.



Na segunda feira, dia 25, não houve aula, por conta da limpeza da caixa d’água da escola. Esperamos que esse procedimento seja feito em todas a unidades escolares, bem como a devida higienização preventiva nas cozinhas, pois já lecionei em escola que de vez em quando os alunos comentavam que tinham se deparado com ratos nos refeitórios e nas imediações das escolas.



Entendo que além da limpeza a água deve ser encaminhada a um instituto para exame da água servida e se o problema é somente a limpeza da caixa. Abaixo reproduzo resposta a documento enviado recentemente a ouvidoria do Estado, também sobre a caixa d’água.



"Em resposta ao protocolado supramencionado, informamos que a demanda foi encaminhada ao setor competente, qual seja, Diretoria de Ensino São Bernardo do Campo, para averiguação e manifestação, restando a seguinte informação:

Informamos que a caixa d água foi limpa no final de 2009 pela Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo e é tampada (torre de concreto).

Informamos ainda, que em 11/06/2010, a caixa foi vistoriada por um funcionário da unidade escolar e não foi constatada nenhuma irregularidade. A direção está solicitando orçamentos para nova higienização.

Assim, entendemos ter respondido ao questionamento suscitado e informamos que eventuais dúvidas poderão ser dirimidas junto à Diretoria de Ensino São Bernardo do Campo, órgão competente pelo tema em epígrafe.

Salmon Elias Campos da Silva Ouvidor"



A ouvidoria informou os procedimentos que foram tomados. Entendo que é dever dos professores, alunos e da comunidade sempre denunciar os problemas existentes no interior e no entorno da escola, pois só assim, estaremos desenvolvendo nossa efetiva cidadania.



É importante ainda ressaltar que a Escola Pedra está ha mais de 6 meses com vários vidros quebrados, e em virtude das eleições ao invés de resolverem o problema, colocaram nos lugares dos Vidro tapumes de madeirit, enfeando a nossa escola. Essa denúncia já foi feita junto a diretoria de ensino e até o momento não foram tomadas as devidas providencias.



Em relação a falta de professores, nós da APEOESP não aceitamos que essa critica recaia sobre os professores, pois a omissão é do governo uma vez que o que falta são professos e nãos dos professores.



Na reunião com a diretoria de Ensino no meio do ano, fomos informados que o déficit em SBC era de 500 professores. Com as novas leis do Governo estadual, tem diminuído ainda mais a procura dos professores eventuais que pontualmente substituem algumas faltas dos professores, que em grande parte estão doentes e impossibilitados de saírem de licença.



Infelizmente parece que o governo só tem sensibilidade quando a denúncia é feita para além dos muros das unidades escolares nos meios de comunicação. Essa deve ser a nossa pratica comum, pois uma vez que os problemas arrolados não são resolvidos pelas instâncias administrativas do governo, devemos mobilizar a comunidade e a opinião pública acerca das demandas existentes.



A APEOESP SBC, deliberou apoiar a campanha da redução de alunos nas salas de aula, ao mesmo tempo que devemos faze uma ampla campanha pelo fim do analfabetismo, não permitindo o fechamento de salas de aula, muito menos a municipalização do ensino da 5ª à 8ª séries, conforme intenção da atual administração do PT-SBC.



A escola pública é nossa, portanto devemos cuidar dela e lutarmos ainda mais pela sua melhoria. Faça você também um checkup de sua unidade escolar, solicitando quando foi feita a limpeza da caixa d’água e outros problemas que você acha merecedores de esclarecimento tais como: merenda escolar, limpeza, gestão democrática, assédio moral, prestação de conta das verbas pública da escola, violência interna conectada com a violência externa, prestação de contas das cantinas, a cobrança de estacionamento, cobrança de armário nas salas de professores, falta de café e água nos intervalos, falta de creche e sala de refeitório para os professores e professoras,Bibliotecas, sala de informática, videotecas, etc, etc, etc.



“Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem, de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina”. Paulo Freire



Lutar é preciso!



* Aldo Santos é membro da Executiva da APEOESP de SBCampo, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol-SP
Alunos questionam posição  de parte da direção Estadual do Psol.


Esta semana por obrigação legal, retornei a sala de aula, retomando assim o contato direto com os alunos da rede pública estadual onde leciono há décadas. Além do planejamento do quarto bimestre, como atividade de reflexão solicitei que os mesmos comentassem no caderno as principais idéias dos principais candidatos a presidência da república.

As respostas foram as mais variadas. No geral, eles comentaram as principais propostas dos candidatos Serra, Dilma, Marina e Plínio.

Em relação ao Serra, comentaram sobre o aumento do salário mínimo, da saúde e outros temas programáticos.

Em relação à Dilma, eles comentaram que a mesma vai legalizar o aborto, instituir o casamento gay, além de falarem da opção sexual da mesma e de sua vida pregressa.

Relacionam também que a Dilma representa a continuidade do Presidente LULA. Evidentemente que estou falando do pensamento majoritário dos alunos.

Em relação à Marina, os alunos relembraram da defesa do meio ambiente e da atuação da mulher na vida política.

Sobre o Plínio, eles se lembraram do aumento do salário mínimo para R$2.000,00 reais e da descriminalizarão da maconha. Percebi ainda que alguns comentários direta ou indiretamente faziam alusão ao preconceito para com o idoso.

Numa sala, alunos mostraram o jornal Diário do Grande ABC e estavam em dúvida sobre a candidatura do vice governador pelo Psol, pois a reportagem foi muito tendenciosa. Expliquei sobre o processo a que fui submetido e condenado em segunda instância por apoiar os sem-teto do acampamento Santo Dias, a maior ocupação urbana que já ocorreu no país e pela solidariedade junto às mulheres, crianças e idosos doentes, momento no qual disponibilizei o carro oficial para socorrer, diante da iminência de reintegração de posse.

Após exaustiva explicação, eles responderam com uma calorosa salva de palma. Outro aluno perguntou por que o partido substituiu o vice se na urna a foto continuava aparecendo. Eu votei no senhor, pois até as urnas recusaram a substituição burocrática da sua candidatura. Outros questionaram porque o Psol substituiu o vice, se o PCB e PSTU não expuseram nem humilharam seus candidatos ou membros da sua chapa? Tentei explicar com a devida isenção, mas, no fundo eu concordava com os alunos sobre a crítica apresentada em sala de aula. Em outra sala, comentaram sobre o fenômeno Tiririca, comentaram que o povo de São Bernardo trocaram o atual vice forrozeiro pelo ex-prefeito e estranharam ainda o fato do ex-secretario de educação ter tanto voto, uma vez que o caos na educação continua, sem afeto, carinho ou amor.
No 2º turno a luta anti-Serra continua.
O diálogo foi pedagogicamente proveitoso e pensei até em promover um debate sobre os candidatos ao segundo turno. Percebi também que existe uma onda conservadora-reacionaria tentando induzir o voto em Serra e concomitantemente, tentam satanizar a candidata Dilma do PT.

Na sala da dos professores, afirmei a um grupo de educadores que certamente o Psol vai optar pelo voto anti-Serra no segundo turno, pois ninguém agüenta o PSDB no Estado, quiçá na presidência da República; ninguém merece.
Percebi que a despolitização é grande e que os desafios educacionais são enormes. É urgente o debate e o desenvolvimento da consciência crítica dos educadores e educandos, pois a direita reacionária vem disputando corações e mentes e é nosso dever combatê-la sem trégua, rumo a edificação de uma sociedade de homens e mulheres novos, cujos valores e interesses éticos/morais, ideológicos e de classe são antagônicos aos interesses dos trabalhadores.



Lutar e vencer é preciso!!!



Aldo Santos: sindicalista, Ex-vereador em SBC, Coordenador da corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do PSOL. (8/10/2010)