quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio debate a conjuntura e aposta na organização da classe trabalhadora.

No dia 11 de dezembro de 2010, por mais de duas horas, o ex-candidato do Psol a presidência da república, Plínio de Arruda Sampaio, explicou a importância da participação política para uma galera de aproximadamente 40 pessoas reunidas na Subsede da apeoesp-sbc. Fazendo referência ao número de abstenção nas últimas eleições, ele disse que o povo precisa participar fortemente da política e afirmou que a ruptura revolucionária depende de duas condições e momentos distintos e complementares:

-Condições objetivas: está relacionada a distribuição das riquezas para todos;

-Condições subjetivas: está relacionada a consciência de classe e o combate a exploração do capital.

Defende que precisamos priorizar o debate sobre as condições subjetivas da sociedade e, fundamentalmente, a conscientização de classe.

Em 2009 por volta do dia 22 de dezembro,o até então pré-candidato Plínio esteve na cidade e no mesmo local para debater o processo conjuntural, a frente de esquerda e as polêmicas internas que disputavam o controle do partido. No último debate agradeceu o apoio da TLS no processo de debate interno que o levou a candidato a presidência da República.

Em relação a campanha a presidência da República, ele disse que teria que dar um tratamento de choque, para ser minimamente ouvido pela sociedade e obter espaço na multimídia. Criticou as campanhas de Serra, Dilma e Marina, dizendo que a maquiagem dos candidatos não permitia ir a raiz dos problemas. Foi um momento importante para debater o conteúdo da opressão capitalista e para fazer propaganda positiva do Socialismo.

Defendeu a elevação do PIB da Educação para 10% já, como condição básica para a operar as mudanças necessárias, assim como criticou os parcos investimentos na saúde pública, na reforma agrária, bem como,defendeu a descriminalização das drogas leves. Criticou a atual jornada de trabalho e disse que o homem deve trabalhar em torno de 4 horas diárias e o resto do tempo deveria se dedicar a cultura, lazer, descanso, criação literária e exercer a plena liberdade individual e coletiva. Criticou a pirotecnia do Rio de Janeiro, afirmando que a repressão aos traficantes no morro do Alemão atingiu os “pés de chinelo” do tráfico e que os poderosos traficantes estão distantes dos morros numa relação de colaboração e leniência dos representantes do poder.

Concluiu que o socialismo não pode se caracterizar como algo abstrato, pois segundo ele o socialismo começa com você. Falou da viagem que fez com Lula quando ainda estava no PT, tentando convencê-lo a fazer propaganda do socialismo nas campanhas eleitorais, porém, ele tomou outros rumos. Acredita que a contribuição pedagógica desenvolvida neste processo eleitoral dará resultado a médio e longo prazo e que nas próximas eleições estará a frente e a disposição do Partido no processo eleitoral para aprofundar ainda mais essa linha de campanha de conteúdo revolucionário.

Ao responder várias perguntas dos presentes afirmou que tem hoje cerca de 64 mil seguidores no Twitter e que criou o Centro - Brasil Revolucionário, para formar militantes, realizar seminários e nuclear organicamente os filiados ao partido. Segundo ele, nos núcleos começamos a praticar lições de democracia, além de uma grande rede de aprendizado ideológico.

Em seguida,comentou sobre a publicação do seu recente livro - Por que participar da Política?, reservando parte do tempo para autografar, dialogar e atender individualmente aos presentes, sempre motivados e interessados na exposição didática do Mestre Plínio de Arruda Sampaio.



Revolucionar sempre é preciso!!!



Aldo Santos: Professor de Filosofia da Escola Vilma Siqueira e Pedra de Carvalho, vereador por quatro legislatura em SBC (1989-2004), Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, candidato a Vice governador pelo Psol em 2010 e membro da Executiva Nacional do Psol.(17/12/2010).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VILA LULALDO: UMA OCUPAÇÃO VITORIOSA

No dia 11 de Dezembro de 2010, dezenas de moradores e lideranças populares participaram de uma solene secção de 21 anos da ocupação, construção e fixação dos moradores da denominada Vila LULALDO, no Distrito do Riacho Grande - SBCampo, Km 27 da Via Anchieta.

Foi um encontro dos pioneiros da ocupação, onde foram homenageados pela Diretoria da Entidade sob a coordenação da Presidenta Maria Parecida Nascimento Santos e pelo histórico companheiro José Arimatéia. A mesa política foi composta por antigos moradores que representaram a Emilia e o Antonio Barba.

Tudo começou numa tarde de domingo do dia 03 de dezembro de 1989, com a decisão dos moradores da Vila Jurubeba que estavam na eminência de serem soterrados, decidiram então ocupar um terreno que estava reservado à especulação imobiliária. O companheiro Natanael Júlio da Silva – Taná – assessor político do nosso gabinete me ligou por volta das 17 horas e imediatamente me dirigi para a ocupação onde passei a noite com os moradores. Por volta da meia noite, o Primeiro Barraco estava construído, que era uma espécie de “QG” – Quartel General – da ocupação e a residência da Emília Belomo.

Durante as assembléias dos moradores, nós dizíamos que a história da classe trabalhadora deve ser escrita pelos próprios trabalhadores.Numa dada assembléia, fomos discutir o nome da vila e das ruas. Existiam vários nomes para a apreciação da assembléia. Num dado momento a Emilia tomou a palavra e propôs: Se devemos homenagear os lutadores e os representantes do povo, Minha proposta é que nossa vila se chame LULALDO ,pois o Lula todos Conhecemos e o Vereador Aldo Santos está com a gente o tempo todo nos apoiando e nos defendendo. As propostas foram submetidas a assembléia e esmagadoramente venceu a proposta da Emilia.Essa é a origem do nome da Vila, Lula mais Aldo=LULALDO.Tempos depois comecei analisar a motivação da proposta e descobri que se tratava de uma grande jogada em defesa dos moradores, pois era uma administração do PT e o nome também era mais uma peça na engenharia política e no dialogo pela manutenção e conquista dos moradores.

Foram anos de enfrentamento, com passeatas, protestos, retaliações políticas como ocorreu com o companheiro Francisco Raimundo dos Santos-Chicão, subprefeito do Riacho grande que fora demitido do cargo pelo prefeito Mauricio Soares e pelo Vice Djalma Bom.

Discursei como nos velhos tempos, relembrei a história, as pessoas que não se encontra mais entre nós (Taná, Emília, Barba, João Preto) e mesmo sendo “cidadão São bernardense”, confesso que o Titulo de “cidadão Lulaldense” confeccionado pelos diretores da entidade me encheu de orgulho pois trata-se de uma manifesta homenagem e reconhecimento de uma luta que foi o divisor de água em nossa cidade, entre os que defendiam os trabalhadores e àqueles que prometem, porém nos momentos decisivos recuam e até condenam a luta e a ocupação como ocorreu na ocasião pelo prefeito, vereadores do PT e até mesmo grandes dirigentes partidários.

Fui chamado a entregar o Titulo ‘CIDADÃO LULALDENSE” em homenagem às 50 famílias que participaram desde o inicio da ocupação. No momento da entrega do referido título aos moradores fui contagiado por uma emoção sem precedente.

Após fotos, abraços e reencontros constatamos que o tempo mudou, acumulou experiência, definiu espaços geográficos e políticos e a história da Vila até hoje é um farol a iluminar os que condenavam nossa luta e hoje nos defendem. Ao mesmo tempo um sinal de esperança e de encorajamento nos rumos da solução da luta por moradia.

Finalmente, os diretores entregaram ainda o título às pessoas que tem ajudado nas atividades cotidiana como o companheiro Anésio e Carlos Ricci. Além desses foi ainda emitido dois títulos ao companheiro Francisco Raimundo dos Santos – Chicão, que por apoiar a ocupação foi exonerado do cargo de subprefeito e para a companheira Angelica, que juntamente com o Taná estabeleceram e promoveram a lei do barbante na medição dos lotes igualitários para todos os ocupantes.

Dirigentes da entidade reafirmaram a intenção de luta tão presente na vida dos moradores, sinalizaram ainda que se a atual administração não viabilizar as melhorias necessárias, os moradores devem retomar os caminhos das lutas. Os dirigentes reivindicaram a regularização fundiária, guias, sarjetas e pavimentação asfáltica, além de iluminação pública.

Os alunos da vila que também foram homenageados pela professora da Secretaria de esporte, comentaram que é uma contradição não terem quadra para jogar, enquanto a quadra da Escola Maria Pires fica fechada aos finais de semanas e feriados.

Parabéns Vila LULALDO pela maioridade dos 21 anos de existência. A vila pertence a todos e todas, que nesses anos participaram, lutaram e defenderam a luta e a ocupação iniciada por um conjunto pequeno de moradores, que hoje conta com aproximadamente 300 famílias.

“...Caminhando e cantando e ensinando a lição...”.

Ocupar, construir e resistir é preciso!!!

Aldo Santos. Coordenador da Corrente política TLS, vereador em SBC (1989-2004), Presidente da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado De São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (15/12/2010)
Articulação unificada avança no controle e amordaçamento sindical




Os educadores do estado de São Paulo realizaram neste início de dezembro de 2010 o XXIII Congresso dos Professores em Serra Segra - São Paulo. Participaram em torno de 2000 delegados, com vários observadores e equipe de apoio logístico. Nesse momento conjuntural a realização do congresso se revestiu-se de singular importância haja vista a transição de governo, que apesar de significar “mais do mesmo”, algumas mudanças serão necessárias para maquiar ou corrigir erros e tornar a educação minimamente funcional.

Claro que essas mudanças dependem unicamente dos educadores representados em suas entidades sindicais. Dentre as faixas com palavras de ordem afixada no plenário do congresso, uma advertia : “Se o governo não mudar a vida dos educadores o ano letivo não vai começar”, enquanto outras saudavam os congressistas, ao mesmo tempo em que decoravam o ambiente marcado pela pluralidade ideologica.

O início do congresso foi marcado por leituras e discursos de balanço eleitoral do recente processo, onde cada um dos oradores atribuíam a responsabilidade do resultado eleitoral aos adversários políticos destacando sempre a inserção positiva ou negativa do ponto de vista sindical e partidário.

A mesa de regimento foi bastante tumultuada, pois o mesmo continha imprecisões e alterações relativa ao decurso de prazo com mudanças que impactavam a vida sindical através do nosso sindicato estadual.

Outro debate foi sobre a apresentação das teses que ao final apontava para a votação de uma tese guia, aumentando assim o tensionamento, pois essa metodologia está superada mediante outras experiências, com congressos e encontros marcados por resoluções pontuais, sem necessariamente existir uma tese guia dentre as inúmeras apresentadas.

Ao final dos trabalhos do primeiro dia, estava previsto as reuniões dos coletivos que foram prontamente e autoritariamente desmarcadas, embora o coletivo de Filosofia e Sociologia realizou uma improvisada reunião .

Na quinta-feira no período da manha, realizamos uma importante plenária da Oposição Alternativa para avaliar o congresso até aquele momento e os próximos passos que as correntes que compõe essa frente sindical dariam, diante de um congresso viciado e de cartas marcadas.

Após a plenária da Oposição Alternativa, a TLS, reuniu boa parte dos delegados que estavam nessa plenária para organizar as tarefas, reunir a corrente, bem como ordenar a ação coletiva que estava um pouco dispersa. Os presentes aprovaram que a nossa plenária seria no final da tarde, as 18 horas após os grupos e antes do debate dos delegados ao CNTE, num primeiro momento previsto para as 19 horas.

Com a alteração da agenda e com a realização dos grupos descentralizados, a plenária ficou um pouco prejudicada, porém, mesmo assim a mesma foi realizada com a apresentação da corrente e dos trabalhados realizados nas regiões. Outro ponto de destaque na plenária foi a apresentação pelos companheiros Paulo Neves e Ederaldo da companheira Ozani, como nossa candidata na disputa interna pela oposição unificada. Finalmente antes de finalizarmos a nossa plenária, informei sobre a consulta realizada junto aos membros da direção da TLS que apontaram para o primeiro trimestre de 2011 a realização do primeiro congresso da TLS, conforme aprovação no congresso de unidade realizado há dois anos atrás.

Falei também da necessidade de redimensionarmos a corrente para as disputas que virão tanto do ponto de vista político como financeiro. Apresentei ainda a necessidade de constituirmos um GT, sindical estadual, agregando outros militantes a essa nossa intervenção estadual. Na Sexta feira dia 03, cumprimos a tarefa planejada com panfletagem da nossa corrente, além da distribuição de um boletim da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo. No plenário nossos dirigentes revezavam nas intervenções, (Paulo Neves, Moacyr e Ozani).

As mudanças estatutárias contribuíram para a fossilização do sindicato, para a centralização e controle do aparelho burocrático/ideológico,transformando as Subsedes em escritórios sindicais.

As palavras de ordem foram literalmente gritantes: ”Central Única dos Trabalhadores, de um lado e do outro, Central Única dos Traidores” e plebiscito pela desfiliação da CUT já. Além do Estatuto, debateu-se balanço, políticas permanentes, política educacional, política sindical e plano de lutas.

Finalmente as regiões apresentaram os respectivos nomes ao congresso da CNTE que será realizado na primeira quinzena de janeiro de 2011. A esquerda saiu derrotada desse congresso com o conjunto de ataques, restrições e controles por parte do setor dirigente da Articulação unificada. Fica uma grande lição para enfrentarmos os nossos adversários nas eleições que a partir desse congresso serão realizadas a cada três anos.

Devemos unificar a esquerda, numa convenção vitoriosa, ao mesmo tempo em que devemos viabilizar o plebiscito no estado por volta da segunda quinzena de abril de 2011, ampliando nossa intervenção urgentemente para o interior do estado.

A oposição unificada deve iniciar a campanha eleitoral com o tema do plebiscito, para adentrarmos e armar as nossas bases e as bases da articulação em todo o estado. Essa sinergia dialogará e ampliará nossa interlocução com a categoria facilitando nossa penetração no interior da categoria colocando a diretoria na defensiva, enquanto a oposição unificada certamente ampliará nosso desempenho nas regiões controladas pelo aparato burocrático da Artisind, possibilitando assim vencermos este pleito que será marcado por ações truculentas,derrame de dinheiro e possíveis maracutaias.



Pela unidade da esquerda já!!!





Aldo Santos: Vereador por quatro legislaturas em SBC (1988-2004), Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (04/12/2010)

domingo, 12 de dezembro de 2010

João Ramalho: um vendedor de índios




Qui, 11 de Novembro de 2010 22:52

* Manoel Hélio - Um projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Otávio Manente (PPS), dispõe sobre a concessão de Medalha “João Ramalho” ao SINDSERV (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo do Campo, durante a realização de sessão solene, em homenagem ao “Dia do Funcionário Público”. Passo a comentar sobre a honraria batizada com o nome de João Ramalho.

O decreto-legislativo nº 68, de 21 de março de 1975, posteriormente alterado pelo decreto-legislativo nº 90, de 2 de dezembro de 1976, instituiu a "Medalha João Ramalho", distinção outorgada pela Câmara Municipal de São Bernardo do Campo a pessoas ilustres que prestam serviços relevantes à comunidade local.



Independentemente do mérito dos homenageados, a questão fundamental é o perfil histórico do caráter do "fundador" de Santo André da Borda do Campo, que exerceu os cargos de capitão, prefeito e vereador entre 1553 e 1558. O personagem deixa a desejar, já que não preenche os requisitos para ser referência de homenagens a quem quer que seja.



Ao contrário, segundo historiadores, João Ramalho sempre defendeu os interesses dos colonizadores portugueses e seus próprios interesses, em prejuízo dos nativos desta terra, denominados erroneamente de "índios", devido ao engano dos colonizadores espanhóis, que se imaginavam nas Índias.



De acordo com o historiador Octaviano Gaiarsa, a ocupação econômica de João Ramalho era vender índios para os portugueses, aliás nada nobre. "Ramalho fora escudeiro da Rainha e por delitos cometidos na corte, recebeu o castigo do degredo, tendo sido lançado nas praias brasileiras, junto ao porto de Santos ou perto da Ilha de São Vicente.



Não se conhece a data do degredo. As datas variam, de acordo com os autores, entre 1501 e 1510." Em Portugal deixa a mulher Catarina Fernanda das Vacas e, no Brasil, estabelece contato com os nativos e mantém relação marital com Potira ou Bartira, filha do cacique Tibiriçá, "senhor dos campos de Piratininga... a quem toda a nação dos Guainazes dava alguma obediência... por ser o cacique mais poderoso e o melhor guerreiro do seu Continente."



Graças a "desbravadores" como João Ramalho, as nações indígenas foram quase que totalmente dizimadas, no decorrer da história do Brasil e de toda a América Latina. Dos 5 milhões de indígenas que habitavam nossas terras, na época do "descobrimento", hoje restam em todo o território brasileiro menos de 300 mil, coagidos pela falta de demarcação de suas terras e pela invasão contínua do branco, com seus costumes, doenças e todo tipo de exploração.



No sentido de revogar o decreto-legislativo nº 68, de 21 de março de 1975, alterado pelo decreto-legislativo nº 90, de 2 de dezembro de 1976, que denomina "Medalha João Ramalho" a distinção dada pela Câmara Municipal a personalidades que deseja homenagear, o vereador Aldo Santos apresentou o projeto nº 986, de 26 de maio de 1993. Segundo o vereador Aldo Santos, além do perfil histórico degradante do personagem que empresta seu nome à condecoração, a Câmara vinha distribuindo "sacos de medalhas, de forma abusiva, sem nenhum critério".



Um dos casos, que inclusive foi amplamente divulgado pela imprensa local, foi da homenagem concedida à professora Arlete de Oliveira Fidalgo Saito. O vereador Aldo Santos apresentou projeto para revogar o decreto-legislativo nº 481, de 22 de setembro de 1994, que outorgava a entrega da medalha à referida homenageada, que movimentou também um protesto por escrito da Apeoesp - Sindicato dos Professores. A falta de critério para a concessão da medalha, argumentado por Aldo Santos, foi reconhecido pelos vereadores que, em análise da matéria, embora contrários à extinção da condecoração, admitiram que "... a medalha de tamanha importância..." não deve ser concedida "...irrestritamente, como vinha ocorrendo."



Atualmente tramitam na Câmara pelo menos três projetos-propostas de mudança de denominação da atual "Medalha João Ramalho". Um de autoria do vereador Admir Ferro, de nº 22, de 23 de novembro de 1994, que institui a "Medalha Wallace Cockrane Simonsen", argumentando que ele fora um grande batalhador na luta pela emancipação política de São Bernardo do Campo.



Entretanto, para o vereador Aldo Santos, "este cidadão não vai representar o conjunto dos anseios de uma sociedade como a de São Bernardo do Campo, já que não representa a maioria da população. Pelo nome nós podemos observar que não é nenhum pobre, nenhum oprimido, que não é alguém que nasceu do seio operário. Quer dizer, nós precisamos discutir."



Um segundo projeto que propõe a mudança da atual denominação da medalha oferecida pela Câmara de SBC é de autoria do vereador Aldo Santos, de nº 07 de 22 de fevereiro de 1995 e que instituiu a medalha "Cidade de São Bernardo do Campo". Segundo Aldo Santos trata-se de "uma honraria de cunho mais amplo, não se ligando ou defendendo pessoas. O município estará realmente presente à homenagem, que será concedida à pessoas de reconhecimento público que tenham trabalhado pela cidade e/ou sua população e que merecem o apreço e respeito de todo são-bernardense."



Também em substituição ao projeto do vereador Admir Ferro, tramita na Câmara o projeto de nº 10, de 08 de março de 1995, de autoria do vereador Gilberto Frigo, que institui uma nova honraria a ser outorgada pela Casa, denominada "Paulistarum Terra Mater".



Independentemente da denominação que receberá a medalha oferecida pela Câmara de SBC, segundo o vereador Aldo Santos, "há um consenso por parte dos vereadores", neste sentido, o que certamente contribuirá para a efetiva mudança do nome da condecoração, bem como dos critérios na seleção dos homenageados."



Fonte: João Ramalho: "De traficante de índios a nome de medalha", pesquisa e texto: vereador Aldo Santos/jornalista Ana Valim, dezembro/1996, páginas 9, 11 e 15, publicação: CAPES - Centro de Análise Política Econômica e Social de São Bernardo do Campo.



* Manoel Hélio é poeta e morador de São Bernardo
Aumenta o preconceito, o racismo e a intolerância.



Neste mês da consciência negra de 2010 observamos fatos e acontecimentos reveladores e estarrecedores. Freqüentemente o preconceito toma as páginas dos jornais, numa verdadeira agressão em relação ao diferente, como se verificou no caso de homofobia que ocorreu na avenida paulista e na parada gay no rio de janeiro.

De Zumbi/Dandara até os dias atuais passaram-se 315 anos de história de lutas, resistências e caminhos novos. Da escravidão negra como fonte rentável na triangulação comercial, posteriormente o racismo cordial dissimulado, porém vivo e operante nas relações de dominação, até os marcantes e nefastos estereótipos raciais contidos nos livros didáticos, tem sido a história denegada do negro, da sua cultura banalizada e da religiosidade ainda invisível ao longo desses séculos.

Esse ano completa 100 anos da revolta da chibata que foi liderada pelo negro João Candido, o Almirante negro, cantada em versos e prosa inspirado nas lutas e movimentos internacionais e revolucionários. Inúmeros personagens figuram na nossa relação de lutadores sociais, que ao longo da história resistem ao extermínio dos índios, a escravidão negra e a tentativa de aliciamento dos operários.

Vários livros relatam cenas históricas horripilantes como o Capitão Mouro, DOM OBÁ II e dezenas de outros livros que contribuem para a tomada de consciência e ação diante desta realidade execrável. Durante esses quatrocentos anos, os negros resistiram a matança capitalista, enfrentando os senhores de engenho e a escravidão urbana, exigindo igualdade de oportunidades e disputam espaços institucionais como condição indispensável para alavancar e reparar os danos causados ao sistema de tragédia e morte que representou e representa a opressão do capital.

Após o processo eleitoral 2010 com a ampla votação de Dilma no nordeste o preconceito foi expresso em manifesto assinado por centenas de internauta: “A gravidade da situação é tamanha que estes cidadãos se sentem à vontade, sem qualquer pudor, para aprofundar seu preconceito e propor ações que beiram ao fascismo. É o caso do grotesco manifesto “São Paulo para os paulistas”, que já conta com milhares de assinaturas na internet. Para seus autores e signatários, então entre as responsabilidades da migração dos nordestinos para São Paulo a alta criminalidade e os hospitais superlotados em nosso estado. São incapazes de enxergar a brutal desigualdade social em nosso país, que força milhares de famílias a deixarem o pouco que tem em busca de alguma dignidade. Tampouco enxergam essa mesma desigualdade como a raiz da violência em todo o Brasil – e não apenas em São Paulo.

O manifesto propõe barbaridades como:

– Restringir o acesso a serviços públicos como saúde e educação a pessoas que comprovem residência e trabalho fixo no Estado de S Paulo há pelo menos dois anos.

– Acabar com a cobrança de taxas diferenciadas de água, luz e IPTU nas favelas.

– Suspender a distribuição de medicamentos gratuitos, de auxílio-aluguel, do programa mãe-paulistana, de quaisquer “bolsas por número de filhos”, de entrega de “casas populares”, de acesso ao “leve-leite”, de entrega de uniforme, material e transporte escolar, de cestas básicas.

– Proibir totalmente qualquer tipo de “comércio ilegal”, com apreensão e prisão em caso de reincidência.

E justificam: “São Paulo deve cuidar dos SEUS pobres”.

Atitudes como esta requerem uma resposta enérgica da sociedade, sob o risco de perpetuarmos um terreno fértil para o florescimento da xenofobia e aprofundamento do preconceito étnico-racial e regional em São Paulo, já tão arraigado entre a elite paulista.

A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a prisão, previsto pela Lei 7.716 de 1989. A lei define como crime de racismo não apenas a prática, mas também a indução ou incitação à discriminação ou preconceito, e estabelece um agravante se esses crimes são cometidos por intermédio dos meios de comunicação.” (pronunciamento publicado no site do Deputado federal Ivan Valente).

Outra polêmica que tomou conta das manchetes dos jornais recentemente foram as citações de Monteiro Lobato no livro “Caçadas de Pedrinho”, que segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação, a negra Tia Anastácia é comparada a urubu e macaco, o que levou esse órgão colegiado na redação da conselheira Nilma Lino Golmes a afirmar que : "Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano" e a não recomendá-lo como livro de leitura nas escolas publicas brasileira.

Entendo que censurar a obra não se faz necessário, porém distribuir e difundir livros didáticos que reforça os estereótipos raciais com dinheiro público, deve ser revisto mesmo, pois, nos encontramos num processo de luta de classe e além de combatermos o racismo, as releituras são exatamente para, a luz da realidade rever conceitos, criticar conteúdos e mandar para a lixeira da história autores e personagens que por vários motivos e caminhos são abjetos ao processo educacional atual.

Personagens como João Ramalho, Domingos Jorge Velho e outros bandeirantes, Filinto Muller e ditadores militares precisam ser condenados historicamente, pois foram dizimadores e traficantes de índios, capturadores de negros, algozes dos lutadores Revolucionários e assassinos dos povos que ousaram lutar contra a ditadura militar no Brasil . Por vezes nos deparamos com literaturas que desumanizam, criminalizam e ofendem a dignidade humana.

Este e outros momentos são propícios para debatermos todas as formas de ataques, resquícios autoritários, fragmentos ideológicos dominantes e os estereótipos raciais ainda existentes em nossa sociedade.

Nesse contexto, os 315 anos de Zumbi e os 100 anos de João Candido expressam mais do que nunca a necessidade de resgatarmos a história a partir dos índios, negros e operários, livre da pseuda “naturalidade” justificadora da dizimação dos nativos , da escravidão e da opressão do capital.

Faz parte desse processo de libertação de nossa classe as leituras e releituras atentas, com o olhar critico e ação contextualizada, pois as praticas raciais, discriminatória e intolerantes acontecem no aqui e agora.

“Muito se pergunta por quê? e para que o 20 de novembro?

Sabemos que na história da humanidade sempre houve controvérsias nas interpretações históricas, desde Tucídides e Heródoto até os dias atuais.

Mas segundo um grande pensador social, Karl Marx, a história da humanidade é a história das lutas de classe, onde a classe dominante tenta impor sua verdade sobre os fatos. No caso do 20 de novembro não podia ser diferente. Por muito tempo prevaleceu a história dos vencedores, contada na concepção factual e heróica das elites”. (Prof Cido, Membro da executiva da Subsede da APEOESP SBC e professor de História das escolas: Mizuho “Abundância” e Brazilia Tondi de Lima – SBC).

A caminhada é longa e são inúmeras as pontes que devemos destruir e construir para essa e futuras gerações, apontando necessidades coletivas e plataformas de lutas tais como:

• Criar nas prefeituras as Secretarias de gênero e etnia;

• Que o Presidente da República oficialize o feriado nacional de 20 de novembro;

• Pela imediata implantação da lei 10.639/2003;

• Pela implantação das cotas como políticas de reparação aos jovens pobres e negros nas universidades pública/autárquicas e privadas ;

• Por uma novo estatuto da igualdade racial;

• Por políticas de Saúde pública preventiva e curativa;

• Pela ampla divulgação das leis que condenam a prática de racismo, como crime inafiançável.





Repensar e reescrever uma nova História é preciso!!!



Aldo Santos, Ex-vereador SBC, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, membro da Executiva nacional do Psol. (20/11/2010)
Semana da Consciência Negra.


Praticamente o mês de novembro é dedicado a reflexão da consciência negra, com releituras históricas, organização de eventos regionais, estaduais e nacional, bem como um mês que tomou conta do calendário escolar, haja vista os inúmeros trabalhos solicitados pelos educadores e prontamente realizado pelos alunos.

Mesmo diante desse empenho coletivo, ainda está longe o cumprimento da lei afro-descendente nos currículos escolares, numa espécie de boicote deliberado pelos governantes em todas as esferas do poder.

Na capital foi realizada no dia 20 de novembro a tradicional caminhada, que dentre outros pontos questionava a tentativa da FIESP em revogar a lei que criou o feriado municipal na capital.

Esse 20 de novembro, como os demais, ocorreu num ambiente de preconceito com os nordestinos e práticas homofóbicas na avenida Paulista e na parada gay do Rio de Janeiro. A intolerância tem sido uma marca presente na cultura brasileira e é merecedor de nosso combate sem trégua.

Em SBC, ocorreu a tradicional atividade na subsede da APEOESP SBC que contou com a presença de inúmeros educadores, alunos e atividades culturais, organizadas pelos professores e alunos da escola São Pedro, da professora Judite e contou mais uma vez com a presença da Congada do Ditinho do Parque São Bernardo.

O Psol realizou várias reuniões para organizar sua participação nas atividades, lideradas pelo Professor Odair da Comissão de Gênero e Etnia da Executiva do Partido. Como parte das atividades municipais, no período da manhã do dia do feriado, ocorreu a 2º “Águas de São Bernardo”, promovido pela Associação da Cultura e Cultos Afro-brasileiros de São Bernardo do Campo. Ocorreu uma importante passeata da Praça Lauro Gomes até a Igreja da Matriz, onde ocorreram as falas políticas e de representações de outros credos religiosos. No palanque das autoridades, estavam presentes o deputado federal Vicentinho, o secretário da Administração Municipal José Ferreira e inúmeras representações religiosas.

O Secretário José ferreira fez gestão com outros presentes do grupo afoxé, para que um representante do Psol estivesse no palanque das autoridades. Diante da insistência, compareci ao palanque e na fala do vereador José ferreira, fez questão de publicamente comunicar aos presentes que o “ Ex-vereador Aldo Santos teve e tem um papel importante no debate do movimento negro da cidade, pois foi o primeiro vereador que apresentou o projeto na câmara sobre o feriado municipal do dia da consciência negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares na cidade, que foi boicotado por vários anos e graças a atual administração essa lei, hoje, é uma realidade”.



Após esse evento, fomos a atividade na Subsede, onde representei a corrente política TLS e na parte da tarde comparecemos a missa de sétimo dia em memória do professor Olimpio, na igreja do Assunção.

No domingo, compareci juntamente com o professor Cido na 4º festa da Consciência Negra, realizada no salão paroquial da igreja São Geraldo no Parque São Bernardo. Nessa atividade estavam presentes o Ditinho da Congada do Parque São Bernardo, a Mãe Graça do Botujuru, do bloco de carnaval afoxé, o Ketu, presidente do Sindicato dos servidores municipais de SBC, o Sampaio, o Adomair (histórica liderança do movimento negro na cidade e liderança do MNU), onde atualmente organiza a luta no Estado do Maranhão além da presença da companheira Neuza Borges, agente de cultura em São Bernardo do Campo.

Além dessas atividades, durante a semana ocorreram várias atividades nas escolas Vilma, Antonio Caputo, Célio Luiz Negrini, Mizuho e outras, graças aos esforços dos bravos educadores.

No dia 28, no período da manhã, na sede do Psol, o debate retoma seu caminho e a constatação de que precisamos nos organizar ainda mais, para exigir do poder público ações efetivas em relação à saúde da população negra, tirar das intenções e colocar no cotidiano dos educandos a filosofia, a história, e a cultura afro-descendente, exigir das faculdades públicas e autárquicas a implantação das cotas, haja vista que em São Bernardo do Campo, na Faculdade de Direito, esse debate na prática inexiste.

Ainda como condição para o avanço das demandas e reparo históricos, devemos avançar na elaboração de um novo estatuto da igualdade racial. Dentre outros pontos, constatamos que é urgente organizarmos inúmeros Quilombos Socialistas, fruto da cultura de resistência dos nossos ancestrais e modelo para os nossos contemporâneos.

Fica aqui um convite para uma reunião o dia 12/12/2010 às 10 horas na Rua Príncipe Humberto 491, a partir das 9 horas, onde pretendemos fazer uma avaliação das atividades realizadas esse ano e novas perspectivas para 2011.



Por um Quilombo Socialista urgente!!!



Aldo Santos. Ex-vereador BC, Coordenador da corrente Política TLS, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro da executiva Nacional do Psol (29/11/2010)
Plínio de Arruda Sampaio em SBCampo.




Para contribuir com as reflexões da juventude e a apresentação de seu mais recente livro, neste sábado dia 11 de dezembro de 2010, o ex-candidato a presidência da república Plínio de Arruda Sampaio estará às 15 horas na Subsede da APEOESP – SBC, (Avenida Prestes Maia, 233, centro SBC.)

Venha debater e ouvir os últimos acontecimentos da conjuntura política nacional, internacional e os Rumos do Partido daqui pra frente.No período da manha no mesmo local, o Companheiro Aldo Santos também contribuirá com o debate sobre a importância dos movimentos sociais.

Presença confirmada de lideranças da região.

Convidamos os filiados do Partido, bem como todas as pessoas interessadas em conhecer suas idéias e propostas.



Esse debate é promovido pelas lideranças da Umes SBC.